O primeiro dia
Hoje escrevo em português porque acho que é assim que se começa: do princípio. E quero deixar uma coisa bem clara: esta é mais uma forma retorcida que encontrei de me auto-analisar. Nada mais. É apenas a vaidade que me move. E talvez uma íntima solidão: o telefone não toca, niguém espera a minha visita. Pouco a pouco começo a desaparecer. Como a menina feita de baklawa do outro dia... Se me ler, acho que talvez possa existir um pouco além do que vejo: os limites do corpo, as paredes da casa, as pessoas estupendamente saudáveis que passam de bicicleta na pirisca, e o cenário pateticamente romântico de folhas secas a boiar nos canais.
Acho que é hoje o primeiro dia em que se tem que ligar os aquecimentos. Os centrais, que aqui o frio não brinca. É o meu terceiro Inverno na Cidade Castanha. Ainda não me habituei a este luxo asiático que é ter a casa quente... Ou talvez seja mais uma das minhas resistências absurdas ao facto que esta é a minha terra agora. Por que é que será que a alma é tão teimosa?
São dez e meia. Hora de ir para a cama. Acho que nunca dormi tanto na minha vida como desde que para aqui vim. Todas as noites em claro, as directas para a faculdade, as horas a colar lantejoulas com UHU, a fazer fatias douradas, as conversas sem fim das amizades e irmandades, tudo isso está já amplamente coberto pelas horas que dormi na Holanda...! Irra, como durmo!
Se estivesse em Lausanne, e se a minha irmã estivesse comigo, ela diria: "É do ar do lago, faz sono."
Acho que é hoje o primeiro dia em que se tem que ligar os aquecimentos. Os centrais, que aqui o frio não brinca. É o meu terceiro Inverno na Cidade Castanha. Ainda não me habituei a este luxo asiático que é ter a casa quente... Ou talvez seja mais uma das minhas resistências absurdas ao facto que esta é a minha terra agora. Por que é que será que a alma é tão teimosa?
São dez e meia. Hora de ir para a cama. Acho que nunca dormi tanto na minha vida como desde que para aqui vim. Todas as noites em claro, as directas para a faculdade, as horas a colar lantejoulas com UHU, a fazer fatias douradas, as conversas sem fim das amizades e irmandades, tudo isso está já amplamente coberto pelas horas que dormi na Holanda...! Irra, como durmo!
Se estivesse em Lausanne, e se a minha irmã estivesse comigo, ela diria: "É do ar do lago, faz sono."
2 Comments:
Hey marta!
obrigado pelo teu comment e por curtires o blog!
passei por aqui para deixar um "xau", e fiquei curioso com a tua história! conta mais!
tenho vontade de conhecer essa "cidade castanha" ... um dia ... mas o holandês falado assusta qqr um. :) talvez um dia
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