Merlijn Porcelijn
(Isto le-se: "merlaine porcelaine". Rima e tudo.)
Ontem fomos a um funeral. Mais uma mae que morreu. Do filho da puta do cancro.
Que praga!! Nao ha descanso?!
O pai viuvo chorava e sorria muito, agradecido por tantos amigos, dele e do filho, ah sua volta. Nao percebi tudo o que ele dizia, mas dava para ter uma ideia. Estava embriagado e triste, e sozinho, um genero de Romeu que perdeu a Julieta depois de quarenta anos de casados, ja entradotes, mancos, grisalhos. Sozinho e inconsolavel. Quase que chorava com ele, os nossos olhos ah mesma altura: no meio dos holandeses gigantes eramos os unicos baixotes (sinto-me sempre uma verdadeira pigmeia com esta gente do "Clube do Remo"...).
Abracei-o e ele enterneceu-se. Fez-me uma festa e perguntou-me, ah laia de desculpa: nao estou a ser demasiado "melga", estou?
Nao pa.
Eu sou tuga. Tou habituada a abracos e estrocegoes e gente que deixa o braco na minha cintura tempo demais... e tambem, que caracas! Um homem em pranto agarrado a um copo de vinho, que acabou de enterrar a mulher! Que mal faz se me abracas mais que o tempo determinado pela etiqueta neerlandesa, se me deixas umas lagrimitas na t-shirt?
Anytime. Sempre as ordens.
Para desanuviar, falo com o resto do "Remo". Sao todos pais e maes, ou quase. Pergunto por um dos bacuris, de que me lembro o nome: Merlijn, (ou Merlim, o da fada Morgana, o da Tavola Redonda, isso).
O pai lembra-se que eu disse, no dia em que o vi, que era cor de porcelana. Merlijn Porcelijn. Nao se esqueceu.
Pausa.
Nao sei se "porcelijn" eh uma ofensa, por isso desfaco-me em explicacoes: porcelana, tas a ver? (Marta que raio de ideia!) Nao eh que fosse palido, tinha era aquela textura, da porcelana... Bonito, muito bonito! (nao te enterres mais) A minha prima tambem tem essa pele, ela eh meia holandesa... tem uma cor... estrangeira, ve-se logo! (tirem-me daqui, socorro!)
E pronto, foi o meu numero de macaca do sul deslumbrada, a elogiar a pele do norte. Ridiculo nao?
Ainda para mais este teclado nao tem acentos.
Olha, foda-se...
Ontem fomos a um funeral. Mais uma mae que morreu. Do filho da puta do cancro.
Que praga!! Nao ha descanso?!
O pai viuvo chorava e sorria muito, agradecido por tantos amigos, dele e do filho, ah sua volta. Nao percebi tudo o que ele dizia, mas dava para ter uma ideia. Estava embriagado e triste, e sozinho, um genero de Romeu que perdeu a Julieta depois de quarenta anos de casados, ja entradotes, mancos, grisalhos. Sozinho e inconsolavel. Quase que chorava com ele, os nossos olhos ah mesma altura: no meio dos holandeses gigantes eramos os unicos baixotes (sinto-me sempre uma verdadeira pigmeia com esta gente do "Clube do Remo"...).
Abracei-o e ele enterneceu-se. Fez-me uma festa e perguntou-me, ah laia de desculpa: nao estou a ser demasiado "melga", estou?
Nao pa.
Eu sou tuga. Tou habituada a abracos e estrocegoes e gente que deixa o braco na minha cintura tempo demais... e tambem, que caracas! Um homem em pranto agarrado a um copo de vinho, que acabou de enterrar a mulher! Que mal faz se me abracas mais que o tempo determinado pela etiqueta neerlandesa, se me deixas umas lagrimitas na t-shirt?
Anytime. Sempre as ordens.
Para desanuviar, falo com o resto do "Remo". Sao todos pais e maes, ou quase. Pergunto por um dos bacuris, de que me lembro o nome: Merlijn, (ou Merlim, o da fada Morgana, o da Tavola Redonda, isso).
O pai lembra-se que eu disse, no dia em que o vi, que era cor de porcelana. Merlijn Porcelijn. Nao se esqueceu.
Pausa.
Nao sei se "porcelijn" eh uma ofensa, por isso desfaco-me em explicacoes: porcelana, tas a ver? (Marta que raio de ideia!) Nao eh que fosse palido, tinha era aquela textura, da porcelana... Bonito, muito bonito! (nao te enterres mais) A minha prima tambem tem essa pele, ela eh meia holandesa... tem uma cor... estrangeira, ve-se logo! (tirem-me daqui, socorro!)
E pronto, foi o meu numero de macaca do sul deslumbrada, a elogiar a pele do norte. Ridiculo nao?
Ainda para mais este teclado nao tem acentos.
Olha, foda-se...
posted by Marta Pisco at 12:27 AM
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