Private Cities I (after Italo Calvino)

The city of Amsterdam is brown. The buildings are brown, the water in the canals is brown, the street pavements are brown. Nevertheless, you won’t notice this until you’ve spent a few days there: people in the street dress in coloured clothes, their skin is also of different shades. The most beautiful girls pass you, very straight in their bikes. They have red hair that leaves perfume in the air. They wear green clothes. Men are also handsome and tall. Chocolate colour skin and rasta hair neatly combed. They wear yellow coats.
There are a lot of babies in Amsterdam. People push them in special wooden cars made for them. They can be attached to bycicles or not. Sometimes they carry up to six children in one of these cars.
You can hear music in the parks. On sunny days, people lay in the grass and drink white wine or apple juice. Young men play the guitar.
When it rains people don’t mind. They go about their business as usual. They seem to enjoy being wet. For this reason one often wonders if they are amphibious.
People eat Vietnamese rolls and tea for breakfast. You can buy cheese, wooden shoes and soft drugs everywhere. You can also look through the windows into people’s houses, they like it.

Stromboli hoje!

Estas manifestações irascíveis da Natureza têm o condão de me excitar. Excitar não no sentido sexual per se, mas no mesmo sentido em que nos era dito em criança: "Vejam se se acalmam! Estão muito excitados!". Lembro-me de como, com o passar dos anos, comecei a entender esta palavra "excitados" de uma outra forma, ao ponto de corar, olhar em volta e dizer baixinho "Oh mãe, não digas isso!"

Mas voltando ao Stromboli. No meio das greves da Airbus, a escola na Índia construída com o dinheiro de um vestido da Audrey Hepburn, a emergência no Paraguai com a febre Dengue, esta é a noticia que mais me "excita" hoje.
- Ala, ala, lava para o mar! Borbulhas no Mediterrâneo! Muito vapor!
Não sei ao certo porquê... Deve ser por viver num país em que a Natureza é controlada ao mais ínfimo detalhe. Qualquer rajada de vento mais forte, bicicleta no chão, ou árvore partida fazem o meu coração saltar. Tenho saudades do perigo. Do mato. Duma bela cheia. Um temporal qualquer. Uma onda mais malandra que salte para a Marginal. Uma erva daninha, pronto...!
Suspiro pelo Stromboli como a princesa na torre suspira pelo cavaleiro de espada em punho: um pouco de “excitação” por favor! Mesmo que me queime os dedos...